É indiscutível que essa pandemia terá um enorme impacto na maneira como as transferências serão feitas nas próximas janelas. Boa parte dos clubes europeus já cortaram salários de atletas e dirigentes nesse período, e quando as coisas voltarem (sabe-se lá quando!), provavelmente veremos um mercado futebolístico bastante diferente do que ficamos acostumas a ver nos últimos anos.
O primeiro impacto será essa janela do meio do ano, que devido ao COVID-19, deverá ser adiado para quando as temporadas forem finalizadas. Inclusive, a FIFA anunciou isso hoje!
A FIFA disse também que os contratos de atletas que terminam em junho deverão ser postergados até a finalização da temporada, e só então termos uma janela de transferências (quem sabe até um pouco mais curta).
Porém, o maior impacto deve ser nos valores negociados. Duvido que veremos transferências como a do Neymar por €222M, ou do Coutinho por €145M, do Ousmane Dembele por €125M, do Harry Maguire por €87M, do Kepa Arrizabalaga por €80M ou do Luka Jovic por €60M (valores das transferências via Transfermarkt).

Por exemplo, o Manchester United era dado como o destino certo do jovem Jadon Sancho. A transferência provavelmente ficaria na casa dos €120M, mas o clube inglês já disse que por esse valor, Sancho seguirá no Borussia Dortmund.
O mesmo United demonstrava interesse no meia James Maddison, do Leicester, e acreditava-se que o clube teria que pagar algo parecido com o que pagou por Maguire. Hoje, pode esquecer!
Na verdade, uma grande possibilidade é vermos mais e mais negociações à lá NBA. Para quem não conhece, na NBA não vemos jogadores serem vendidos como no futebol, e sim trocados. No futebol poderemos ver mais trocas envolvendo apenas atletas ou atletas mais dinheiro.
Um exemplo de uma troca bem provável é a de Neymar com Griezmann. O brasileiro quer voltar e o Barcelona quer ele. Já Griezmann não produziu nem perto do que era esperado e uma transferência para o seu país faria sentido para todos envolvidos. Aí o Barcelona enviaria Griezmann e talvez o Umtiti (ou dinheiro) ao PSG pelo Neymar.
Aí você pode pensar “mas o PSG pode simplesmente demandar 100% dinheiro, e ponto”… e é verdade. Mas como nenhum clube deverá ter o poder financeiro para bancar uns €160-180M pelo Neymar, o clube correria risco de perdê-lo de graça em dois anos. Ainda mais que estamos falando de um atleta que quer sair, talvez o PSG pense que vale a pena pegar algo agora do que menos grana no ano que vem ou nada em dois anos.
Esse é apenas um exemplo de transações que provavelmente serão bem mais comuns após passarmos por esse momento atual de pandemia.
É claro que não sabemos como será, mas sabemos que será diferente!
Até a próxima….